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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Entrevista: para Gabrielli, definição do candidato do PT só deve sair após eleição interna no partido


Com apoio do ex-presidente Lula, o secretário do Planejamento do estado, José Sérgio Gabrielli, não desiste da candidatura ao governo da Bahia pelo PT, mesmo reconhecendo ter hoje menos apoio no partido que seu concorrente direto, o secretário da Casa Civil, Rui Costa, preferido do governador Jaques Wagner. Ele disse ter vindo de Lula o pedido para seguir na disputa. Assegurou que a palavra final na escolha – ainda estão na briga o senador Walter Pinheiro e ex-prefeito de Camaçari Luiz Caetano – não caberá somente a Wagner, mas será fruto de um acordo em que Lula e a presidente Dilma serão ouvidos.

Gabrielli - um dos palestrantes e debatedores do seminário sobre desenvolvimento regional na 4ª edicão do Fórum Agenda Bahia, marcado dia 6 de novembro na Fieb - visitou a redação do CORREIO, ontem, após participar de entrevista na Rádio CBN. Gabrielli projetou uma eleição em 2014 com a candidatura de Geddel Vieira Lima (PDMB) pela oposição, com participação discreta do prefeito ACM Neto (DEM), e defendeu o amigo José Dirceu, condenado a dez anos de prisão como mentor do esquema do  mensalão. O secretário falou ainda da espionagem dos Estados Unidos na Petrobras e da mudança na modelagem financeira para a construção da Ponte Salvador-Itaparica.

Qual o prazo e quais os critérios para se definir quem será o candidato a governador pelo PT?
O partido definiu na sua última reunião manter os quatro pré-candidatos. Manter a discussão com os aliados, com o governador, com a direção nacional do partido, ao mesmo tempo que o PT está em um processo eleitoral, que envolve 42 mil eleitores, com 5 chapas na eleição estadual. Acredito que não haverá decisão no partido antes de concluir a eleição interna, dia 10 de novembro. E os aliados vão ficar esperando? Não. Por isso que PT criou comissão, dois membros da executiva, representante da bancada estadual, da federal, que vai ser o condutor deste processo, que  está mais ou menos definido. O governador é o principal eleitor, mas não é único: o PT vai ser ouvido, o estadual e o nacional. A presidente Dilma vai ter uma fala, o presidente Lula também: vai ser um processo de conversa interna.

O senhor tem a ponte, o secretário Rui Costa tem o metrô. Quem pilotar melhor seu  projeto chegará ao fim do ano mais bem posicionado?
São dois projetos muito duros eleitoralmente. São projetos estruturantes, importantes, mas que ninguém conclui no próximo governo. É um desafio eleitoral, não é um benefício eleitoral. O metrô tem todo o imaginário da obra que demora há muito tempo e a ponte é uma obra que ninguém viu ainda, coisa muito imaterial. Acho que o governador tem habilidade política, vai conversar com um e com o outro, com as forças do partido e com os aliados para resolver o melhor candidato.

Então a escolha é do governador?
Do governador com o partido estadual e nacional.

Corre nos bastidores que o ex-presidente Lula estimulou o senhor a continuar na disputa?
Não é que ele estimulou. Ele acha que o processo de escolha ainda não está maduro o suficiente e que os candidatos devem ser mantidos.

O governador e o prefeito serão os grandes eleitores com poder de influenciar?
O prefeito ACM Neto está, corretamente, tendo um postura administrativa responsável. Ele está com dificuldades na prefeitura, sabe que precisa trabalhar junto com o Estado para viabilizar os investimentos. Ele tem sem dúvida um recall grande nas eleições, mas não acredito que ele vá polarizar uma candidatura de oposição ao governo Wagner. Eu acho que o candidato não será do Democratas, mas do PMDB.

O ex-ministro Geddel?
Acredito que sim.

Pela lógica do senhor, o prefeito ACM Neto teria uma participação discreta no palanque da oposição?
Eu acho que o prefeito vai querer concluir o mandato da melhor maneira possível, fazendo uma boa administração em Salvador. Ele é jovem, pode se credenciar para reeleição ou para voos maiores.

Se for eleito governador, o senhor vai dar continuidade na parceria com a prefeitura?
É fundamental, precisamos investir na mobilidade. Temos a rede alta e média complexidade na saúde, temos o metrô, investimento em sistema de educação. Temos programas de bacia de drenagem com Embasa que tem de ser feitos. O Estado tem uma relação com a cidade de Salvador que torna indispensável uma boa relação administrativa com o prefeito.

Todo candidato vira alvo dos adversários. O senhor teme ter que responder por problemas na Petrobras?
Questionaram a compra da refinaria Pasadena, mas respondi por isso no Senado. Há uma grande espuma no caso da refinaria, mas ela foi resultado de uma estratégia definida pela direção antes da nossa. E o valor que se fala é uma mistura de laranja com banana. Não acho que terei maiores problemas.

E sobre sua amizade com José Dirceu, condenado no caso do Mensalão?
Conheço Dirceu há mais de 30 anos: é meu amigo, continuará meu amigo. Acho que, no julgamento da ação 470 o Supremo cometeu alguns excessos.

Na passagem do senhor pela Petrobras já desconfiava-se da possibilidade de espionagem dos EUA?
Essa suspeita sempre existiu. O que acho que está evidente e que é abominável é que num treinamento para agentes do sistema de segurança americano se coloca como invadir a rede da Petrobras. É algo desprezível, ilegal, condenável.

Quando se descobriu o pré-sal, a Petrobras estava preparada para espionagem?
Os EUA recriaram a quarta frota para vigilar o Atlântico Sul quando se descobriu o pré-sal. A estrutura das forças armadas americanas se alterou. A Petrobras adota os mecanismos mais avançados possíveis. Mas não pode garantir que não foi violada. Os ataques ao sistema de informações da Petrobras são milhares e praticamente diários.

Novo modelo para ponte prevê mais verbas federais
Com a responsabilidade de colocar a obra da Ponte Salvador-Itaparica para começar no ano que vem, o secretário José Sérgio Gabrielli retirou da previsão de recursos que financiaram parte dos R$ 7,3 bilhões previstos na obra o dinheiro que viria de um fundo imobiliário. A verba deste fundo viria de percentuais de valorização dos imóveis da Ilha, que seriam pagos pelas construtoras que decidissem investir na região.

No modelo de financiamento apresentado em 2011 pelo governador Jaques Wagner, resultado de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), o fundo aparecia com parte do financiamento da ponte, assim como aconteceu na requalificação da Zona Portuária no Rio de Janeiro, o chamado Porto Maravilha.

Agora, na nova modelagem, a maior parte dos recursos fica a cargo dos cofres públicos: são cerca de R$ 4 bilhões do governo federal, R$ 500 milhões do governo do estado e R$ 2,8 bilhões a cargo da empresa que vencer a licitação e participar da parceria público-privada (PPP) – cerca de metade deste capital seria viabilizada em financiamentos com bancos estatais. Com alta previsão de investimento federal, Gabrielli destaca a necessidade de garantir o dinheiro para o Orçamento do ano que vem, a fim de iniciar as obras. “São verbas para o ano que vem. Imagino que o governador já conversou com a presidente, porque eu já conversei com o ministro”, disse.

No novo modelo de financiamento da ponte, o fundo imobiliário continuaria a existir, mas com outro objetivo. “Estamos agora trabalhando com dois projetos separados - articulados, mas separados. Estamos tocando a concessão rodoviária, e, ao mesmo tempo, criando mecanismos para que a valorização dos imóveis seja capturada parcialmente pelas prefeituras e pelo estado para investir nos municípios em obras complementares à ponte, como educação, lazer, saúde”, disse.

O secretário negou que a mudança tivesse relação com a possibilidade de frustração de receita, decorrente da crise por que passa o setor imobiliário no país. “Do ponto de vista rodoviário, você incluir questões imobiliárias  pode complicar os participantes. E você pode administrar no tempo investimentos que são de momentos diferentes. Investimentos em complementação urbana têm um tempo que é diferente da construção da rodovia”, completou. A previsão é de que a obra dure 5 anos e o pedágio custe, em preços atuais, R$ 18. Já foram gastos R$ 91 milhões com projetos de engenharia, ambientais, urbanísticos e sondagem no fundo do mar.Fonte:Correio da Bahia