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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: "Eu sou Jeová.Eu costumava aparecer a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso,mas com respeito ao meu nome, Jeová,não me dei a conhecer a eles".Êxodo 6:1-30

domingo, 11 de novembro de 2012

Wagner: Ninguém elege poste, todo mundo se elege por mérito


Duas semanas depois de amargar nas urnas a derrota dos candidatos petistas à Prefeitura de Salvador e Lauro de Freitas, o governador Jaques Wagner assume um discurso conciliatório e republicano, como gosta de dizer. Assegura que vai tratar o prefeito eleito ACM Neto de forma diferente do que fez o avô dele com Lídice da Mata, nos anos 1990, mas alerta: se o democrata fizer a prefeitura de palanque, a gestão vai virar disputa eleitoral. Nesta entrevista exclusiva concedida à Editoria de Política do A TARDE, cuja íntegra pode ser conferida no portal, reafirma que o PT saiu vitorioso das urnas, mas admite o impacto das greves dos professores e da Polícia Militar no resultado da eleição. Pela primeira vez, diz que prefere cumprir o mandato até o final e admite ser candidato a presidente, caso seja convocado, em 2018. Ao falar do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), repete o alerta: "Para ganhar na política é preciso juntar".
A sua base de apoio cresceu, mas o senhor continua sem os dois maiores colégios eleitorais da Bahia - Salvador e Feira de Santana. Como o senhor pretende conquistar este eleitorado em 2014?
Respeito a decisão dos eleitores. O resultado para o grupo político que eu capitaneio foi muito positivo, com 350 prefeituras. Ganhamos muitas que não estavam com a gente, mantivemos outras importantes, como Vitória da Conquista. Como você mesmo disse, não conquistamos nem Salvador, nem Feira, que são realidades muito diferentes. Feira tem a sua história, mas creio que a gente somou uma semente com Zé Neto, que eu considero ter tido um desempenho positivo. Não conquistamos lá, mas crescemos.
Como o senhor avalia o desempenho em Salvador?
O drama de uma eleição é o de sair menor do que entrou, e nós crescemos, mesmo no caso de Salvador. Em 2004, Nelson Pelegrino teve 21% dos votos. Em 2008, Walter Pinheiro teve 30%  no primeiro turno. Agora, Nelson teve 39,7% no primeiro turno. Com todos os problemas que a gente tinha do desgaste da cidade, da confusão de quem era e quem não era governo, crescemos. Na comparação com o segundo turno, em 2008 fomos derrotados com 59% a 41%. Agora, foi de 53,6% a 46,6%.

Se mantiver a curva, vem forte em 2016...
Não faço esse tipo de conta  porque acho que cada eleição tem a sua própria história. O novo prefeito (ACM Neto) deverá ser candidato à reeleição e é diferente de quando há uma troca. E, só para separar, ganhei todas as eleições que fiz em Salvador, mesmo quando o prefeito era Antônio Imbassahy.  Lembro disso porque vejo muita gente querendo tirar conclusões de uma eleição com base no que aconteceu em outra, e essa tentativa não corresponde ao pensamento do povo.
Por que o senhor acha que não dá para comparar uma eleição com a outra?
Quando você está falando de cidade, as pessoas estão preocupadas com a situação dela.  É por isso que muita gente não compreende que quando falamos em alinhamento, estamos falando em alinhamento de ideias. Dilma [Rousseff] tem obras em São Paulo, que não é um Estado alinhado, assim como eu tenho obras em todo o Estado, independente dos prefeitos.

No mea-culpa da base, de quem é a responsabilidade pelo resultado negativo em Salvador? Vocês perderam ou ACM Neto ganhou?
Não é assim, as pessoas interpretam errado. Às vezes, as pessoas ficam falando da influência disso e daquilo no voto. (No caso de) Lula, por exemplo, 56% das pessoas diziam que votariam no candidato apoiado por ele, mas, na hora de escolher, o outro candidato parece melhor e elas votam no que parece melhor. No Paraná, o prefeito era do PSB, o Gustavo Fruet era do PDT, saiu com o apoio do PT de Lula e Dilma e ganhou. Você pode dizer "ele veio aqui e não ganhou", mas ele foi em São Paulo e ganhou. É que cada lugar...

Então, para o senhor, o que passou pela cabeça do eleitor?As pessoas ficam achando que estou tentando me desculpar, mas não tenho que me desculpar de nada. Perdemos a eleição em Salvador, mas já não tínhamos Salvador. Não existe uma causa única para uma vitória ou uma derrota. Você perde a eleição porque o adversário teve mais votos que você. Ponto. O que passou pela cabeça das pessoas para escolher Neto e não Nelson (Pelegrino) foi uma série de componentes. As pessoas queriam mudanças porque estavam "por aqui" com a Prefeitura de Salvador. Por que acharam que ele era mais mudança, é uma coisa para estudo.
O problema foram as greves?
Repare: o PT não participou do governo, o DEM participou. Por méritos deles, conseguiram se mostrar como a renovação. Tivemos problemas com as nossas bases? Tivemos, com as greves. Algumas pessoas insatisfeitas decidiram não votar para dar o troco. Na minha opinião foi um troco não merecido porque houve reajustes. Mas houve um erro nesta nossa relação. Não acho que quem votou no Neto queria a volta do antigo sistema. Óbvio que uma parte é. Pode ser o desempenho pessoal do candidato, que foi melhor.
Como é que o senhor pretende superar este estresse desses grupos que são historicamente ligados à esquerda?
Eu vou aprofundar o diálogo, mostrar a nossa proximidade, independentemente do ruído. Eu costumo dizer quando me perguntam, tem  erro do lado de cá? É óbvio que tem erros na condução. Mas isso é igual a briga entre amigos, pode brigar, mas não viram inimigos, nem adversários. A gente vai dialogar, ver o que está gerando estresse, a decepção.

Vocês já identificaram exatamente quais foram estes erros?
Não tem um erro. A negociação não foi bem conduzida e acabou gerando um impasse. Foram feitas assinaturas de documentos em que cada um terminou pensando uma coisa e depois cada um saiu interpretando uma coisa ou outra e sou vítima da minha limitação.

Essa situação causou alguma mudança de estratégia ou gerou alguma reflexão em relação a 2014, do tipo, erramos aqui e acertamos ali?
O que a gente insiste em dizer é que é uma questão pontual.  Não há uma questão geral, estadual. Nós identificamos um problema em Salvador.

Vocês perderam em vários municípios. Lauro de Freitas...
Em Lauro de Freitas, perdemos para a base. Não me peça para explicar porque parece que fui responsável por todas as candidaturas. Na capital, até pela condição, houve um empenho nosso. Moema (Gramacho, prefeita do município) está muito bem avaliada, mas não conseguiu fazer o sucessor. Não adianta querer buscar uma lógica única, que não vai ter. Não adianta querer transformar o episódio em Salvador numa derrota estadual porque não foi. Dentro do Estado, nas dez maiores cidades, ganhei oito e perdi duas. Igual a mim, só tem Sérgio Cabral. Todo mundo fica falando no sucesso de Aécio (Neves). Lá quem ganhou a capital não foi um candidato dele, foi do PSB. As leituras que algumas pessoas fazem é impressionante. "O PT teve problemas".
Então o PT não teve problemas?
Veja a situação em São Paulo e Minas, maiores redutos tucanos. Em uma, o governador elegeu quatro e perdeu seis, nas maiores cidades; em outra ganhou três e perdeu sete. Me diga onde está o sucesso de Aécio, diferente do meu. Fiz oito das dez maiores, mas vocês dizem que ele fez sucesso. Eu sei que tem o emblema de Salvador, mas Geraldo Alckmin ganhou a capital?. O candidato dele (José Serra), que é o símbolo do tucanato, perdeu para o nosso. Perdeu para o novo, mas aí não é só em São Paulo. Qual é o perfil que o brasileiro está buscando para conduzir a política?FONTE:ATARDE