NOVA RÁDIO CLUBE SERRINHA 24 HORAS NO AR

RADIOS NET:MELHOR PLATAFORMA DE RÁDIOS

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.
DISSE JEOVÁ DEUS: "Meu espírito não terá tolerância com o homem indefinidamente, pois ele é apenas carne.Portanto, seus dias somarão 120 anos."Gênesis 6:1-22

domingo, 6 de outubro de 2019

Chefe da Secom sugere boicote publicitário após reportagem da Folha


O chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) da Presidência, Fabio Wajngarten, usou suas redes sociais neste domingo (6) para criticar reportagem da Folha de S.Paulo e sugerir um boicote publicitário a órgãos que, no seu entender, veiculam "manchetes escandalosas".

Em postagem no Twitter, Wajngarten não cita diretamente a Folha de S.Paulo, mas relata um episódio da campanha de 2018 no qual um empresário teria oferecido recursos a Jair Bolsonaro e o então candidato só teria pedido que ele gastasse "sola de sapato" e "conquistasse votos".

Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo neste domingo mostra que um depoimento dado à Polícia Federal e uma planilha apreendida em uma gráfica sugerem que dinheiro do esquema de candidatas laranjas do PSL em Minas Gerais foi desviado para abastecer, por meio de caixa dois, as campanhas de Bolsonaro e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ambos filiados ao partido (ver aqui).

Já na rede Instagram, Wajngarten repetiu a postagem e comentou que "parte da mídia "ecoa fakenews, ecoa manchetes escandalosas, perdeu o respeito, a credibilidade (e a) a ética jornalística. Que os anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles preservando suas marcas".

A Secom é o órgão do governo que define a divisão de verbas publicitárias oficiais para a mídia, e não tem ingerência legal sobre negócios privados. Desde quando era candidato, Bolsonaro faz ameaças a órgãos de imprensa que o desagradam com o argumento de que iria "secar a fonte" do financiamento estatal.

Já foram alvos de tais ameaças a Rede Globo e a Folha, por exemplo. Mais recentemente, ele admitiu que retirou a obrigatoriedade da publicação de balanços de empresas em jornais impressos como forma de retaliação a críticas que recebe em reportagens.

A Folha de S.Paulo procurou Wajngarten, mas ele não respondeu os contatos.

O ministro Sergio Moro (Justiça) também veio a público defender o presidente, afirmando que ele fez a campanha "mais barata da história" e que a reportagem da Folha sobre a suspeita de caixa dois em 2018 não reflete a realidade. No Twitter, Wajngarten repostou a manifestação de Moro.

A reportagem da Folha de S.Paulo é baseada em depoimento de um ex-assessor do ministro do Turismo à PF e a uma planilha apreendida nas investigações. Em nenhum momento o jornal atribui conclusões sobre o assunto aos investigadores.

Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio à época e coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse em seu depoimento à PF que "acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro".

Em uma planilha, nomeada como "MarceloAlvaro.xlsx", há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão "out", o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento "por fora".

A Folha de S.Paulo revelou, em reportagens publicadas desde o início de fevereiro, a existência de um esquema de desvio de verbas públicas de campanha do PSL em 2018, que destinou para fins diversos recursos que, por lei, deveriam ser aplicados em candidaturas femininas do partido.

Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, foi coordenador no estado da campanha presidencial de Bolsonaro.

O ministro foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais na última sexta-feira (4) sob acusação dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa -com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente. Ele nega irregularidades.