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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Sidney Magal prepara festa de 50 anos de palco: ‘Brasil é brega’

Sidney Magal é a estrela da comédia nacional Magal e os Formigas, que estreia nesta quinta-feira. No longa, o cantor interpreta a si mesmo, mas como uma manifestação de delírio da consciência de João (Norival Rizzo), um aposentado viciado em loterias, que está afundado em depressão e cuja família está desmoronando.

No longa, o protagonista refuta a música de Magal por considerá-la de baixa qualidade. Em conversa com VEJA Gente, o cantor contou que já passou por situações parecidas na carreira, mas que nunca se importou com os rótulos que dão à sua arte. “O Brasil é brega! Sempre gravei lindos discos com músicos de primeira, maestros extraordinários, então eu não posso ser um artista brega. Seria brega se não tivesse qualidade”, rebate.

Magal tem vários projetos programados para 2017, comemora 50 anos de carreira, como um livro e um DVD com novo repertório. O cantor planeja retornar ao Carnaval de rua de São Paulo, pois classifica como uma experiência incrível. “Eu tenho que fazer tudo o que puder agora, porque não vou completar cem anos de carreira não”, brinca.

Confira abaixo a entrevista completa com Sidney Magal:

Você está prestes a completar 50 anos de carreira, por que acha que faz tanto sucesso até hoje?

Acho que é o resultado de ser muito verdadeiro. A energia, a alegria de quando vou para o palco é a mesma até hoje. Quando enfrento qualquer tipo de público, eu me entrego totalmente, falando a verdade. Isso não é muito fácil de a gente encontrar. Hoje tem muitos artistas fazendo sucesso só com a intenção de ficar milionário, ser estrela mesmo que por um ou dois anos. Minha proposta sempre foi me tornar uma pessoa querida pelo maior tempo que eu pudesse. Estranho muito que 40 anos depois de Sandra Rosa Madalena, as crianças de 5, 6 anos cantem, que eu vá fazer shows em formatura de faculdade, que é um público que só pegou o Magal da lambada pra cá e eles cantam tudo com uma alegria, como se fosse uma música do dia a dia deles. Em casamentos, o noivo entra com uma rosa cantando “O meu sangue ferve por você”. Foram músicas que marcaram não só pela qualidade das gravações, mas obviamente pela performance e a verdade que passo. Eu nunca fui imitado. Não aconteceu ninguém que fosse o substituto do Magal. Isso pra mim é muito bom.

O filme fala que ninguém copia o Magal. Você é realmente inigualável?

Eu não me acho. Acho que ninguém no mundo é. Mas é o que as pessoas me dizem diariamente: “Magal só tem um”. Muita gente na rua me chama de Sandra Rosa. Tá tão associado ao inconsciente das pessoas que é inevitável dizerem que sou inimitável. As pessoas fazem paródia, se vestem como eu, mas é sempre caricata, uma brincadeira, deixando a imagem do Magal sempre preservada. Mas eu acho que posso ser substituído a qualquer momento. Até hoje não fui, graças a Deus, porque eu sobrevivo da música.

Como foi sua preparação para atuar no filme?

Eu entro muito com a minha personalidade, com a minha maneira de ser. Geralmente sou convidado para coisas alegres e descontraídas, como as novelas que fiz, Bang Bang e Da Cor do Pecado. As pessoas sempre querem colocar o meu temperamento nos trabalhos. Eu já fiz cinema nos anos 1970. Então você vai pegando experiência. O cinema é mais fácil, porque não tem tanta cobrança quanto na televisão.

Como é ter que interpretar a si mesmo?

Eu acho que é muito mais fácil. Você fica meio preocupado de ter aquela coisa de Alberto Roberto, mas nós cantores somos assim mesmo. Na Dança dos Famosos falavam: ‘Magal de vez em quando você precisa olhar pra câmera e ir pra ela’. Só que quando eu olho pra câmera eu me sinto tão Magal, que eu esqueço a coreografia, esqueço tudo, só quero curtir a câmera e o pessoal de casa. É fácil ser o Magal, mas precisa ter cuidado pra não acabar sendo pavão demais.

Qual o segredo para continuar sendo um galanteador não importa a idade?

Eu até brinco nos meus shows, que a plateia berra ‘Gato!Gato!’. Não, eu sou um tigre, e daqui alguns anos viro um tigre de bengala. Os bichos vão mudando, mas você continua sendo o mesmo símbolo, com mais idade, fora de forma. Isso não tem explicação. O que eu sinto é que deixei de ser aquele Magal que a mulherada tinha fixação, pra ser aquele Magal que todo mundo, homem, mulher, idoso, tem o maior carinho e respeito, e isso se associa à minha vida pessoal também. Eu junto o que o ser humano Sidney de Magalhães tem de melhor, com o que o Magal tem de melhor, e acaba dando nisso. Eu nunca imaginei. Depois da lambada eu achava que a carreira acabou e eu ia ter que me conformar com isso. Não podia imaginar que 20 anos depois as pessoas iam continuar curtindo do mesmo jeito. É uma vitória que não tem preço.

E o que é envelhecer bem para você?

Eu gostaria de envelhecer muito bem, só que por muito tempo. Não gosto de falar de morte, eu tenho pavor de morrer. Queria ir até os 150 anos de idade, mas sei que não é fácil. Acho que envelhecer bem é você se divertir com tudo. Tem os problemas de saúde, você tem que se cuidar. Eu agora estou com um problema de coluna, que realmente está me maltratando. Sei que tenho que perder peso em função da coluna. Isso faz parte de envelhecer bem. Mas para mim é muito mais você estar feliz ou com a mesma alegria dos 20 anos de idade. Sou uma pessoa que me divirto com tudo, já passei por momentos desagradáveis na minha carreira. Tenho uma família, amigos e lembranças que me divertem. Tenho um armário gigante na minha casa só com recortes da minha carreira, e isso vai me divertir até os últimos dias da minha vida, basta você não se endeusar.

No filme, o protagonista tem vergonha de admitir que gosta da sua música. Como é para você encontrar pessoas que têm vergonha de ouvir ou dançar as suas músicas?

Isso eu aprendi a lidar desde os anos 1970. A coisa era mais cruel, porque as rádios não assumiam a música popular de jeito nenhum. Os jornais elitizados nunca falavam, ou tocavam no nome dos artistas populares. Eu aprendi a respeitar essa coisa do gosto pessoal. Eu por exemplo tenho gêneros musicais que não suporto. No entanto, acabei dançando funk no programa do Faustão. Você tem que entender que tudo que leva à alegria, ao bem estar, é válido. Nunca me incomodei em ouvir ‘acho o Magal muito cafona ou ridículo’. Eu sou artista, e o artista vai fazendo aquilo que tem vontade, e as pessoas aceitam ou não. Você pega um Elton John, por exemplo, é um cara que a vida inteira usou peruca, óculos alucinantes, e nunca deixou de ser o Elton John. O Brasil sempre teve muito essa coisa de cobrar das pessoas ‘ah você está extravagante, você está exagerado’. Não existe exagero para a arte.

Como você reage quando categorizam as suas músicas como trash?

É gozado, pois a tradução é um pouco triste. Mas eu me divirto. Já fiz tanto show trash, ou festa do cafona, brega. Virou uma coisa sem sentido. Nos anos 1970 era pejorativo e ofensivo. Mas hoje em dia, eu acho que o Brasil se assumiu muito brega. O Brasil é brega! A música sertaneja é brega! O axé é brega! O arrocha é brega! Pagode é brega! O que sobra? Não adianta. As pessoas entenderam que música você não pode dividir em categorias sociais. Sempre gravei lindos discos com músicos de primeira, maestros extraordinários, então eu não posso ser um artista brega. Seria brega se não tivesse qualidade. Mas não me incomoda também quando falam isso de mim, eu acho ótimo. Pra mim eu já passei disso, e hoje sou aquele nome que é muito forte pra mim, Magal, que todo mundo sabe do que está se falando.

Como é viver a vida real do personagem Magal?

Sempre foi um personagem. A imprensa na época criticava isso, que eu era uma pessoa e no palco outra. E o que tem de absurdo nisso? Nada. Quem garante que o Michael Jackson em cada minuto da vida dele era igual no palco e fora? E se foi, pagou preço por isso. Você sofre por ser artista 24 horas. É preciso ter uma capa artística, e a minha foi a marca Magal. Fora dele sou uma pessoa tremendamente comum.

Que outros projetos você tem planejado?

50 anos de carreira né! Vai ter muita coisa. Vai ter um livro contando as minhas peripécias e histórias da minha carreira. Vai ter um DVD novo, com repertório novo. Mais um filme, que ainda não tem título, que a princípio seria O Amor Não Tem Hora pra Chegar, que fala sobre o encontro meu com a minha mulher e a vida de amor que a gente tem até hoje. O projeto para comemorar tudo isso é o meu filho quem está fazendo, porque ele tem uma agência de publicidade. Tá ficando lindo, e vai se chamar Magal 50. Vamos fazer muita coisa legal em 2017. Talvez voltar para um bloco de Carnaval, o que eu fiz neste ano, e fiquei perplexo com o povo pulando comigo como se eu fosse a Ivete Sangalo. Eu tenho que fazer tudo que puder agora, porque não vou completar 100 anos de carreira não.Fonte:Veja