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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: "Meu espírito não terá tolerância com o homem indefinidamente, pois ele é apenas carne.Portanto, seus dias somarão 120 anos."Gênesis 6:1-22

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O desejo em pílulas

Vamos falar de sexo? A hora é boa e incontornável, com a liberação, na semana passada, pela FDA, o órgão americano regulador de remédios e alimentos, da flibanserina, um medicamento que será vendido, em forma de drágeas cor-de­rosa, a partir de outubro nos Estados Unidos com o nome comercial de Addyi.

A pílula foi anunciada como atalho para estimular o apetite sexual feminino. O tempo responderá a uma dupla questão que naturalmente se impõe depois da estrondosa autorização: ela terá a força comportamental revolucionária dos anticoncepcionais deflagrada nos anos 60 ou, em escala menor, o impacto nas relações sexuais imposto pelo uso do Viagra, a partir da década de 90? Não e não, é o que se pode responder agora.

 E, no entanto, essas negativas, ao contrário de encerrar um capítulo, abrem uma extraordinária janela capaz de iluminar uma busca comumente associada a um tabu, feita de silêncios e recuos: a compreensão do funcionamento do desejo da mulher, algo que a ciência e os estudos da psique humana estão muito longe de traduzir adequadamente.

A flibanserina age diretamente no cérebro. O remédio atua de forma a aumentar a liberação de dopamina, composto associado ao prazer e à excitação, e reduzir a quantidade de serotonina, relacionada à diminuição do interesse sexual. Esse intrincado mecanismo de ação foi descoberto ao acaso. Em 2006, técnicos do laboratório alemão Boehringer Ingelheim testavam um medicamento para a depressão.

Em sucessivos experimentos, as voluntárias relataram um efeito colateral imprevisto - a melhora na vida sexual. A reação "adversa" (frisem-se aqui as aspas) surpreendeu os cientistas, já que antidepressivos tendem a apagar o fogo da libido. Desde então, a empresa mudou o rumo das pesquisas, investindo em estudos com o novo enfoque.

Em 2010, contudo, a FDA barrou o lançamento comercial do remédio pela primeira vez (faria isso numa segunda oportunidade, até o recente aval). Desinteressada, a Boehringer vendeu o medicamento quase na bacia das almas para a americana Sprout. Na última quinta-feira, dois dias depois do sim para o Addyi, a Sprout foi adquirida pela Valeant Pharmaceuticals, do Canadá, por 1 bilhão de dólares.Fonte:Veja