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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: "Meu espírito não terá tolerância com o homem indefinidamente, pois ele é apenas carne.Portanto, seus dias somarão 120 anos."Gênesis 6:1-22

domingo, 30 de agosto de 2015

Entrevista: David Nicholls, de 'Um Dia', um best-seller de respeito

Depois de vender 5 milhões de cópias do romance Um Dia pelo mundo - 450.000 só no Brasil - e de adaptar a obra para um filme estrelado por Anne Hathaway e Jim Sturgess em 2011, o inglês David Nicholls se lança novamente no universo dos relacionamentos em Nós (tradução de Alexandre Raposo, Intrínseca, 384 páginas, 39,90 reais a versão impressa ou 24,90 reais o e-book), publicado no país no começo de agosto.

 Ao contrário do livro que o alçou à fama internacional, no entanto, a nova história não é centrada apenas na relação amorosa entre um homem e uma mulher, mas abre espaço para as interações nem sempre amistosas entre pai e filho. Os personagens são o bioquímico Douglas, sua esposa, Connie, e o filho adolescente do casal, Albie. Eles fazem uma viagem juntos - talvez sua última jornada como família.

A narrativa de Nicholls, longe daquela dos best-sellers açucarados que entopem as prateleiras das livrarias, escapa ao sentimentalismo e oferece uma visão realista dos relacionamentos. A diferença foi reconhecida pelo prestigiado Man Booker Prize, que colocou o escritor em sua lista de treze pré-finalistas, em 2014. David Nicholls, que desembarca no Brasil para participar da Bienal do Livro do Rio nesta semana, é um best-seller de respeito.

"A tristeza, a ansiedade, o constrangimento e o arrependimento estão sempre à espreita, mesmo nos nossos momentos de maior alegria", diz o inglês em entrevista ao site de VEJA. O tom agridoce de fato impera em Nós, que começa com uma discussão de relacionamento (a famosa DR) no meio da noite entre Douglas Petersen, de 54 anos, e Connie, que o acorda para dizer que quer se separar após mais de duas décadas.

 Apesar da decisão, o casal decide manter os planos de levar o filho, Albie, adolescente e rebelde, a uma viagem pelos museus e galerias da Europa, em uma espécie de versão econômica do Grand Tour, roteiro feito por jovens nos séculos XVII e XVIII para aprender história e arte, como uma espécie de rito de passagem para a vida adulta. Albie, que está prestes a entrar para a faculdade, preferia curtir as férias com os amigos em Ibiza ou fazer um mochilão pela Colômbia, mas é convencido pela mãe, com quem sempre teve uma relação mais próxima, a ir, pois essas seriam as últimas férias que os três teriam juntos. O narrador é Douglas, que confidencia ao leitor apostar na viagem para reconquistar mulher e filho. Ele também relembra, ao longo das páginas, os momentos mais importantes da sua vida desde o encontro com Connie.

De início, Douglas chega a despertar pena por se mostrar um homem metódico que parece venerar a mulher e que só recebe olhares de desprezo do filho, mas no avançar das páginas fica claro que ele não é tão "inocente" quanto aparentava ser. Seu jeito organizado demais sempre bate de frente com o espírito livre de Connie, que na juventude tinha o sonho de ganhar a vida com as artes plásticas, universo que Douglas nunca compreendeu muito bem - em visitas a galerias de arte, seus comentários se resumem ao que ele aprendera em guias turísticos e a observações óbvias ("L'Automne, por Arcimboldo. Veja, Albie, o rosto é feito de frutas e legumes!"). Com o nascimento do filho, a situação não melhora. Douglas transforma sua neurose em implicância com Albie, que acredita ser uma decepção para o pai.

O livro de Nicholls, que vendeu 15.000 exemplares no Brasil em menos de um mês, foi recebido com festa também pelo mercado editorial britânico. Além de uma indicação a um prêmio importante, o escritor colheu diversos elogios da crítica especializada.Fonte:Veja