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sábado, 29 de novembro de 2014

Entrevista com Antonio Tillemont, candidato à presidência do Bahia

O Bahia Notícias ouviu o terceiro dos oito candidatos à presidência do Esporte Clube Bahia. Antonio Tillemont, que disputa o pleito pelo segundo ano consecutivo, está confiante em desta vez ser o escolhido entre os sócios do tricolor. Apoiado pela Bamor, maior organizada do clube, o 'integridade' admite já ter conversado com o possível novo treinador do Bahia, além de ter em mente o perfil para o novo gestor. Tillemont também falou sobre o que pensa dos CT's, da atual gestão e negou desempenhar a função de empresários de atletas profissionais.

BN: O que te fez voltar a ser candidato à presidência do Bahia?
Tillemont: Tudo que comentei acabou acontecendo. O Bahia, hoje, não é mais clube por completo, não tem mais a parte social. Hoje, então, é ligado exclusivamente ao futebol e o entregaram a quem não entende profundamente do assunto. Repito: Bahia corre risco de ser gerido novamente por quem não entende de futebol. Eles, e alguns candidatos, são bons na área deles.

BN: Você vai encontrar um Bahia melhor do que em 2013, quando foi candidato pela primeira vez?
Tillemont: No futebol não. Quanto a parte financeira e administrativa tenho uma pulga atrás da orelha, já que ouvimos muitas notícias de atletas entrando na Justiça ou atraso de salários. Acho que o Bahia melhorou, e muito, no quesito desvio de dinheiro. Essa gestão não tinha ninguém que pudesse prejudicar financeiramente o Bahia, que vive uma crise imensa.

BN: O que muda na sua gestão se o time for rebaixado?
Tillemont: Não importa a divisão. Eu tenho um projeto para ajudar meu clube, do qual sou sócio há 38 anos. Se ganhar essa eleição, eu espero fazer o melhor possível e rearrumar a casa. E não penso em seguir depois dos três anos. Mas, se não for desta vez, não será nunca mais.

BN: O que faria com os dois CT's que pertencem ao Bahia?
Tillemont: Ninguém pode prometer fazer nada até maio, antes disso não será possível. Eu vejo a Cidade Tricolor abrigando toda categoria de base, enquanto o sub-20 e o profissional ficariam no Fazendão. Por exemplo, no novo CT, poderíamos fazer o que os japoneses fazem muito: intercâmbio. Receber outras equipes, garotos de outros países e explorar o espaço que tem de sobra lá. O Japão, também com essa política, tem crescido assustadoramente no futebol e temos que seguir bons exemplos.

BN: Você ainda é oficialmente membro da Antoniu's (Empresa que gerencia carreira de atletas)?
Tillemont: Vendi minha cota para os outros dois sócios. Foi uma decisão pessoal. Estava há 21 anos nesta vida e a rotina do futebol neste caso me cansou. Meu objetivo é ganhar a eleição do Bahia e, se não conseguir, tocar meu negócio como dono da equipe de esportes da Tudo FM.

BN: Seu foco principal será o departamento de futebol? E o elenco para 2015?
Tillemont: Precisamos reformular o elenco de maneira geral. Temos bons jogadores, profissionais comprometidos, mas que estão com a imagem desgastada. São nomes que a torcida não quer mais aqui, por exemplo, o volante Fahel. Uma boa pessoa, que marcou gols importantes, mas a torcida não o quer mais no clube. Ainda assim, é preciso tomar muito cuidado com a questão de contratos para não prejudicar o clube depois. Temos que contratar de maneira modesta, muito bem analisada, e atletas que estejam acostumados em jogar na segunda divisão.

BN: Já definiu perfil de treinador e gestor de futebol para 2015?
Tillemont: O Bahia precisa de alguém que conheça a segunda divisão, e seja ao mesmo tempo um técnico agregador e estudioso da área. Tem que ser um cara que entenda como jogar a segunda divisão, seja vivenciado no torneio. Tenho na minha cabeça os nomes, já conversei com boa parte deles, mas preciso primeiro ser eleito. Entrar com a obrigação de subir aumenta nossa responsabilidade, e a cobrança também.

BN: Bahia, frente a CBF, se posicionou corretamente ou você faria diferente?
Tillemont: Houve uma precipitação. Infelizmente, por saber da força dela, temos que engolir certas coisas pelo bem do clube, mesmo sabendo que estamos corretos. Eu, por exemplo, sou a favor da criação de uma liga entre os clubes. A Globo e CBF estão causando uma disparidade enorme no campeonato, isso sem olhar para o futuro dos clubes.

BN: A relação entre o Bahia e a Arena Fonte Nova, na sua visão, é boa?
Tillemont: O Bahia já encontrou esse produto pronto. Joga lá e nem pode atuar em Pituaçu, o que foi uma imposição deles. Arena foi feita para copa, é um estádio caro, e precisa de retorno financeiro. No entanto, eles estão fazendo isso com o torcedor do Bahia de maneira errada. Estão elitizando o público dos jogos do Bahia, que sempre teve uma torcida povão e de baixa renda. Eles precisam popularizar o estádio um pouco mais e entender a situação do clube.

BN: Como será relação do Bahia, se você for vencedor, com as organizadas?
Tillemont: Não deve ter relação financeira. Mas, hoje, também não pode ser inimiga do clube. É necessário encontrar o meio termo. No programa de sócios, por exemplo, eles poderiam ganhar um desconto a mais pelo que fazem dentro do estádio, pela magia que levam às arquibancadas. Também não sou a favor de dar ingressos, mas temos que achar algo técnico para solucionar esse caso.

BN: Como conseguiu o apoio de João Marcelo?
Tillemont: Eu conheço João Marcelo tem muito tempo, desde quando ele era atleta. Me conhece, é uma pessoa da velha guarda. Eu disse que ele encontraria dificuldades, como aconteceu, e ele decidiu me apoiar pelo que viu do projeto.

BN: Você, se derrotado, aceitaria fazer parte da diretoria do eleito?
Tillemont: Eu, caso perca a eleição, estou completamente fora. Inclusive, eu não serei mais candidato. Não sou Lula para dar murro em ponta de faca. Quero ajudar nos três anos e depois ir embora. Acho que posso contribuir e ajudar muito.

BN: Pretende lutar para receber o salário de presidente (R$ 60 mil)?
Tillemont: Não estou preocuado com isso. Meu salário, no Bahia, seria estilio Irmã Dulce. Não precisaria corrirgir o que considero erro estutário. É necessário, apesar de não precisar, criar uma mecanismo para que o presidente receba. Se o conselho aprovou é necessário que ele tenha a opção de ter o dinheiro, sim. Não é justo a pessoa trabalhar, se dedicar, e não receber.

BN: Já ter um fornecedor novo, para você, é bom?
Tillemont: Pelo que tomei conhecimento, de pessoas ligadas ao clube, é um contrato muito melhor. Mas, neste caso, nem poderemos comparar com a Nike, já que o contrato na verdade foi feito por um intermediário (Netshoes). O Bahia teve materiais inferiores aos outros clubes do Brasil, que também são Nike, como Coritiba e Santos.

BN: O que fazer para dar ao Bahia um patrocinador master?
TIllemont: Os economistas, em diversos momentos, falam que o ano de 2015 apresentará muitas dificuldades ao mercado. O BMG, por exemplo, não vai patrocinar mais Cruzeiro e Atlético Mineiro. Por isso, para o ano que vem, o Bahia precisa regularizar o quanto antes sua situação e ter a Caixa. Hoje, sem dúvida alguma, o caminho é fechar a parceria com o banco.

BN: O que torna sua candidatura diferente das outras?
Tillemont: Pelo Bahia ser um clube essencialmente de futebol, seu produto master, o Bahia precisa neste momento de alguém que entenda sobre isso, esteja ligado ao assunto. Não quero ser leviano, acusar os outros candidatos ou falar sobre eles, mas sobre o futebol eu posso falar. O Bahia precisa de alguém que saiba onde está pisando. E vou buscar, se eleito, compor uma diretoria técnica, com pessoas capacitadas para cada setor, sem essa de amizade ou indicação. Um clube como o Bahia, hoje, precisa de alguém que já milita com o futebol.

BN: Seu comportamento nas redes sociais é uma estratégia ou tentaram prejudicar sua imagem?
Tillemont: Faz parte do jogo. Falei sobre Marcelo, mas editaram o áudio, cortaram a parte que falei bem dele. O que tenho para falar de Marcelo? Esqueça que, hoje, vou ficar me preocupando em falar bem ou mal de algum dos candidatos. Me encontrei com ele e outros candidatos algumas vezes e a conversa foi muito boa. Acho que de certa forma, com isso que aconteceu nas redes sociais, houve uma exposição, mas que me fez aprender. Ainda assim, ninguém tem o que falar de mim. Falaram sobre ser empresário, mas não sou mais. E quanto isso, se fosse, seria bom porque teria bom relacionamento com outros da área e poderia contratar jogadores mais facilmente.

Fotos: Jamile Amine / Bahia Notícias