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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Wilson Mano diz que Neto não corria: "ele só dava carrinho para fazer média com a torcida"


Um dos ícones de polivalência no Corinthians na década de 1990, Wilson Mano tem muitas histórias para contar sobre sua passagem pelo clube. Uma delas é a respeito do seu parceiro Neto. Hoje dono de um posto de gasolina na cidade de Bariri (SP) e com 47 anos, ele relembrou o sedentarismo do colega de equipe e explicou o porquê de ele ter ‘rachado’ o grupo em 1991, um ano depois da inédita conquista do Campeonato Brasileiro.

Wilson Mano relembrou um episódio dos bastidores do Corinthians que pouca gente conhece. Segundo o ex-jogador, houve uma discussão com Marcelinho Carioca em que ele se descontrolou. "Em 94 teve um jogo que eu acabei falhando, ele reclamou e eu acabei pegando no pescoço dele no vestiário. Depois ele pediu desculpa, pois viu que errou".
Mano disse que o episódio foi esclarecido e que os dois são amigos hoje em dia. "Fui treinador do Mixto-MT e tentei levar ele para lá. Só não levei porque ele quis ganhar mais".

Segundo Wilson Mano, o técnico Nelsinho Baptista decidiu que iria colocar Neto isolado na frente, sem ter a obrigação de marcar. Em contrapartida, caberia a ele a missão de ser o ‘homem-gol’ do Corinthians.

“Para ele foi ótimo, pois como meia teria que acompanhar o volante. Como não tinha condição física, só jogava no ataque. De vez em quando vinha fazer média e dar carrinho só para a torcida gritar”, disse ao UOL Esporte.

Só que a estratégia caiu por terra quando Neto atravessou um mau momento técnico em 1991, e os jogadores do Corinthians passaram a questionar os seus privilégios. “Em 90, que ele estava em estado de graça, o grupo todo aceitou isso, com exceção de um ou outro que ficou com o nariz torcido. Em 91 começou a Libertadores e o Brasileiro, e aí ele, além de não correr, pegou uma fase ruim e o grupo começou a chiar, dizer que era f... começar sempre com um jogador a menos. É aquele velho ditado: quando o filho fica rico, todo mundo quer ser pai”.

Mas Wilson Mano estava entre os que apoiaram a iniciativa de que Neto deveria ficar na frente e não ajudar na marcação. “Tem que entender que se falasse que o Paulo Sérgio não iria correr eu iria brigar, pois o homem corria pra caramba”.

Wilson Mano teve uma breve, porém inesquecível para ele, passagem na seleção brasileira. Ele foi convocado para dois amistosos em 1992 (EUA e Finlândia) e atuou por volta de cinco minutos com a camisa amarelinha. Mas a história que ele ficou magoado é justamente a da não convocação do então técnico Parreira no jogo contra a Argentina.

"O Parreira mandou me chamar dentro do avião e disse: acompanho a sua carreira há muito tempo, você nunca teve oportunidade de jogar. Esse jogo contra a Argentina vai ser sua oportunidade. Você vai ter que provar se tem condição ou não de seguir. Para minha surpresa, nem convocado fui".

Wilson Mano e Neto foram dois dos principais nomes da conquista do título brasileiro de 1990, que ficou marcado na história dos torcedores do Corinthians por ter sido o primeiro (de um total de quatro). Hoje, os dois são amigos, e reeditam a parceria nos jogos do time corintiano de masters.

Mas a amizade de hoje não impede Mano de ‘cornetar’ o ídolo corintiano e seu preparo físico ruim da época. “Ele era um jogador sedentário, não era culpa dele, e sim do condicionamento físico que ele tinha...o Neto não era preguiçoso, mas o biotipo não permitia que ele fizesse uma caminhada para acompanhar a gente. No linear, enquanto a gente fazia 12 km o dele era de 5, 6 km/h no máximo”.

Neto conhecia as suas fracas condições físicas e por isso focava os treinos no que mais sabia fazer e o que o consagrou: cobrar faltas. “Ele pegava um saco com 20 bolas, botava barreira, pegava o terceiro ou o quarto goleiro, ficava batendo falta, todo dia aperfeiçoava bem. O que ele não tinha na parte física, compensava na parte técnica”.

Mano revelou outra característica curiosa de Neto na época: a sorte que ele tinha na hora de balançar as redes. “Era um jogador largo. Estava sempre na área, a bola sobrava e ele fazia”, brincou. “Sempre zoei com ele pra caramba. Ele falava: sou f... mesmo, que se f... corre aí que eu penso [risos]”.