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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: "Eu sou Jeová.Eu costumava aparecer a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso,mas com respeito ao meu nome, Jeová,não me dei a conhecer a eles".Êxodo 6:1-30

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Juntar e revender lixo garante renda a família. Você também pode!


Já pensou se todo dia você tropeçasse com dinheiro pela rua? Pois é. Isso acontece e você, leitor, nem se dá conta. Mas, onde nós só vemos sujeira, a contadora e nutricionista Georgia Argolo, 37 anos, vê o seu ganha-pão. É com uma montanha de lixo que ela sustenta a família.

Em um ferro-velho no Ogunjá, entre plásticos, alumínio, papelão e metais, Georgia atende cerca de 200 catadores por dia e compra deles o material que depois é revendido para empresas de reciclagem e revertido numa renda mensal de R$ 3 mil. “Eu e a minha família vivemos do lixo. A gente percebeu que esse material vira dinheiro. Não ficamos ricos, mas dá para sobreviver”, afirma a mãe de cinco filhos.

A sacada para achar dinheiro no lixo veio depois que um homem alugou um espaço para comprar e vender metais no terreno onde Georgia mora com a família. Mas o rapaz acabou desistindo do negócio. “Meu marido percebeu que dava lucro e a gente resolveu apostar nisso. São cinco meninos para criar e a serralheria que tínhamos não estava dando mais”, lembra.

Além das dificuldades com a serralheria comandada pelo companheiro - que pede para não ser identificado -, outro fator levou Georgia para a coleta seletiva e a reciclagem. “Não consegui espaço nas minhas áreas de formação, mas há nove anos encontrei no lixo a saída para cuidar da educação dos meus filhos”, conta. Desde que ela e o marido compram e vendem material reciclável, já conseguiram comprar uma casa. “Compramos o nosso imóvel e, com a renda, a gente mantém nossos filhos na escola e em cursos. O mais velho está se preparando em cursinho para entrar no Cefet (atual Ifba) ano que vem”, planeja Georgia.

Na casa onde mora com o marido e os filhos Davi, 15 anos, Daniel, 14, Dário, 13, Demétrio, 9, e Gabriel, 8, não há luxo. “Não temos estante, por exemplo, mas todos os eletrodomésticos e móveis foram comprados com o dinheiro que vem da venda do lixo”, conta. “Temos o essencial e compramos um computador para que as crianças possam estudar”, diz.

FORMIGAS
O ferro-velho abre às 7h, de segunda a sábado. “Só não temos hora para fechar. A todo instante chega alguém aqui para vender e até comprar o que tem em nosso estoque”, revela. Mas, antes do início do expediente, o companheiro de Georgia sai de casa para recolher material reciclável.

“Além de comprarmos de quem vem aqui, ele também faz recolhimento, porque assim a gente não precisa pagar pelo material”, administra. Os produtos recicláveis captados pela família obedecem uma tabela de compra e venda.

Quando estão em casa, os filhos do casal entram na linha de produção para dividir a matéria-prima que será vendida para empresas. “A gente separa por tipo, ensaca e manda. As crianças dão apoio, porque é muito material. Somos tipo formiga: reciclamos no Verão para comer no Inverno”, expõe Georgia, dando a dica de que o período mais rentável do ano é entre novembro e fevereiro.

O material produzido pela família Argolo é adquirido por três empresas que vão até o ferro-velho buscar o material. O ferro recolhido é vendido para a Usina Siderúrgica da Bahia (Usiba), na BR-324, enquanto que os plásticos são comercializados para a Icepam Indústria de Embalagens Plásticas, em Águas Claras, e os metais, em geral, são comprados pela Brasilgás.

Quem tiver interesse em fazer coleta seletiva e vender o material para o ferro-velho da família Argolo pode ligar para o telefone 3357-0485. “A gente manda buscar”, avisa a empreendedora Georgia.

Catador montou carro com lixo
Ele veio do Rio de Janeiro para a casa de parentes em Salvador há cinco anos e acabou ficando. Sem conseguir emprego fixo, Carlos Alberto Gomes, o Zito, 58 anos, encontrou no lixo - literalmente - a alternativa para sobreviver com a sua companheira e o neto. “Pra gente ter alguma coisa na vida tem que ralar. Só não faço roubar. E, no meu caso, já ajudo a não deixar o meio ambiente sujo”, ensina ele, que se tornou catador. Mas, mesmo com as dificuldades, a rotina do carioca na Bahia é encarada com suas marcas registradas: bom humor e criatividade.

Todos os dias, quando o relógio marca 5h, ele já está nas ruas para recolher o lixo que será transformado em dinheiro - e conta com o apoio de dois carros que construiu - claro! - com material reciclável. “Batizei de Ivete 1 e Tchubirabirom. Só falta botar o motor e tirar a licença”, brinca, rindo. O Ivete 1 é feito com grades de proteção de ferro, enquanto que uma geladeira velha deu forma ao Tchubirabirom.

Ele conta que, com a venda de produtos recicláveis, consegue tirar, em média,
R$ 600 por mês. “Já tenho os locais certos de buscar material. Conheço um monte de barão que também me ajuda. Ganho muitas coisas. As peças que valem mais, guardo para vender em momentos de maior necessidade”, revela.

A casa onde ele mora, na Travessa Mossoró, no Engenho Velho da Federação, é enfeitada com os presentes dos barões. “Na frente do meu ‘bionguinho’ tem um tucano que toma conta de tudo. Foi um presente que ganhei. Ele tá ligado”, ri. Apesar de trabalhar com alegria, tem uma coisa que entristece Zito: a falta de consciência de outros catadores. “Muitos não colaboram. Fazem a coisa de qualquer jeito e prejudicam ainda mais a cidade, que já anda suja. Tem que trabalhar direito pra fazer dinheiro. Isso aqui é pra pegar a feira do mês”, conclui.

fonte:Leo Barsan | Redação CORREIO
leo.barsan@redebahia.com.br