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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Em depoimento, Erenice contraria versão da Casa Civil e admite encontro com consultor


A ex-ministra Casa Civil, Erenice Guerra, recuou e admitiu nesta segunda-feira que se encontrou nas dependências da Presidência da República com empresários da companhia de energia solar EDRB, que procuraram o filho dela para viabilizar contratos com o governo.
A Folha teve acesso ao depoimento prestado na manhã desta segunda-feira à Polícia. Em mais de cem perguntas, Erenice sustentou a tese que não sabia que o filho Israel tinha a empresa Capital Consultoria, que cobrava "taxa de sucesso" para conseguir contratos com o governo federal
Um dos casos investigados pela PF é a negociação com a EDRB, que tem como consultor Rubnei Quícoli. Ele afirma que, após a reunião com Erenice, Israel e o sócio, Vinícius de Oliveira Castro, passaram a cobrar dinheiro para viabilizar o financiamento do BNDES.
Quando era ministra, Erenice negou que se encontrou com Quícoli. À PF, admitiu a reunião.
"Através de levantamentos pelo assessor Vladimir [Muskathirovic] soube que a reunião foi em 10/11/2009. Que a mesma foi presidida por Vladmir. Que foi informada por Vladmir, a declarante participou da reunião por alguns minutos, salvo engano entre 20 e 30 minutos", disse Erenice.
A versão dada à PF contraria o que a Casa Civil, quando Erenice era ministra, afirmou em setembro. Disse que apenas o assessor participou da reunião. Essa versão é sustentada pelo governo até hoje.
O depoimento prestado à PF desmente que a própria Erenice já disse sobre o caso. Em entrevista à revista "Istoé", ela disse que não se encontrou com Quícoli. "Nunca recebi. Ele foi recebido na Casa Civil pelo meu assessor", afirmou.
Braço direito da presidenciável petista Dilma Rousseff, Erenice era secretária-executiva da candidata quando recebeu no Planalto empresários que negociavam contrato com a empresa de lobby dos filhos dela e de assessores da Casa Civil. Após a Folha publicar a informação, ela pediu demissão.
DEFESA
"Houve um encontro oficial, marcado pela assessoria dela. Foi uma reunião de uma hora e quinze minutos, na qual ela participou por 30 minutos. Foi uma conversa rigorosamente técnica", disse o advogado de Erenice, Mário de Oliveira Filho.
A defesa afirmou que, na reunião, Erenice deu "os encaminhamentos devidos" para a proposta de Quícoli. Segundo o consultor, depois do encontro com Erenice, a proposta da EDRB foi encaminhada para a estatal responsável por energia solar no Nordeste.
Nesse mesmo período, Quícoli afirmou que a empresa de Israel passou a cobrar para viabilizar o financiamento do BNDES. A defesa de Erenice não comentou sobre as conversas de consultores com pessoas ligadas a Israel Guerra. Diz apenas que não tinha o consentimento da ex-ministra.
"Ela nunca autorizou ninguém, nem filho, a falar em nome dela para gerenciar qualquer negócio", afirmou o advogado.
Segundo a defesa, ela respondeu a todos os questionamentos na condição de testemunha. Os advogados de Erenice afirmam ainda que a ex-ministra nunca atuou para beneficiar qualquer parente no governo.
De acordo com os advogados, os amigos de Israel Guerra que trabalhavam no governo foram contratados por questões técnicas.Erenice foi intimada pela polícia para explicar a atuação de Israel como lobista dentro do governo e a suspeita de tráfico de influência. A seis dias da eleição, a ex-ministra tentou duas vezes adiar o depoimento.
Braço direito da presidenciável petista Dilma Rousseff, Erenice era secretária-executiva da candidata quando recebeu no Planalto empresários que negociavam contrato com a empresa de lobby dos filhos dela e de assessores da Casa Civil. Após a Folha publicar a informação, ela pediu demissão.
O caso Erenice foi um dos motivos que levou a eleição para o segundo turno, segundo pesquisa Datafolha.
RECEITAGATE
Envolvido em outro caso, o jornalista Amaury Ribeiro Jr, que encomendou informações fiscais sobre familiares e pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB), presta depoimento hoje no mesmo local.
Ribeiro Jr. admite ter pedido dados dessas pessoas, mas nega ter solicitado acesso a documentos sigilosos.
Todos os alvos do jornalista tiveram seus dados violados em duas agências da Receita Federal em São Paulo.
O despachante Dirceu Rodrigues Garcia declarou à polícia que o jornalista o contratou para obter informações fiscais sigilosas de familiares e aliados de Serra. Essas informações foram parar num dossiê que circulou na pré-campanha petista.
Garcia afirma ter recebido de Ribeiro Jr. R$ 12 mil em dinheiro em outubro de 2009. No mês passado, alega ter recebido mais R$ 5.000.
No último depoimento que concedeu à PF, o jornalista não esclareceu se recebeu ou não orientação para investigar tucanos. Ele apenas afirmou que iniciou a apuração porque soube que uma equipe liderada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra, estaria reunindo munição contra o ex-governador Aécio Neves.
Nessa época, Aécio e Serra disputavam a indicação do partido para concorrer à Presidência da República.
No último depoimento, Ribeiro Jr. atribuiu a uma ala do PT o vazamento do dados que coletou. Segundo ele, um setor do partido disputava o controle de contratos da área de comunicação.
O PT nega que a ordem para encomendar a quebra de sigilo tenha sido dada pela campanha, assim como refuta ter operado qualquer dossiê para atacar o adversário.
Embora o jornalista tenha negado que trabalhou para a campanha petista, ele participou de ao menos uma reunião da "equipe de inteligência" em 20 de abril deste ano, num restaurante de Brasília.