O goleiro Bruno Souza, suspeito de ser mandante do sumiço da ex-amante Eliza Samúdio, disse em um vídeo obtido pela TV Globo e divulgado neste domingo (18) que é inocente, está “chocado” com o caso e desconfia de envolvimento de seu amigo Luiz Henrique Romão, chamado de Macarrão, no crime.
As imagens foram captadas durante a viagem do jogador do Rio de Janeiro a Belo Horizonte, em um avião da Polícia Civil mineira. Horas depois de pousar, Bruno e Macarrão foram instruídos por sua defesa a não dar mais declarações. O vídeo mostra os primeiros comentários do ex-goleiro do Flamengo sobre o caso.
Questionado sobre o sangue de Eliza encontrado em seu carro, Bruno insinua culpa de Macarrão. “Ele dirige meu carro, ele tem acesso livre. O carro é mais dele do que meu”, afirma o jogador. “Hoje, com todos os fatos que tem, é difícil acreditar nele. Pelo que estou vendo, tudo em volta, tudo que está acontecendo, estou chocado.”
Amigo de Macarrão há quase 18 anos, Bruno disse confiar no seu “irmão”, que lhe presta homenagem nas próprias costas, em uma tatuagem. “Mas essas últimas notícias aí...”, comentou, nas imagens divulgadas pelo programa “Fantástico”. “Eu não sei o que deu na cabeça dele. Hoje com todos os fatos que tem é difícil acreditar nele.”
Sobre a criança de Eliza, que estava sob seus cuidados, Bruno sugeriu que Macarrão mentiu a ele sobre o destino da ex-amante. “Ele me disse que tinha dado um dinheiro para ela e que ela tinha deixado a criança com ele”, afirmou.
Bruno se disse inocente pelo sumiço de Eliza. “Eu tenho a consciência tranquilia que eu não tenho nada a ver com essa história”, afirmou. “Eu estou envolvido com a criança”, disse o goleiro. Ele contou ainda que tinha feito um acordo com a ex-amante para pagar R$ 3,5 mil mensais mais o aluguel do lugar onde ela vivia com a criança.
Medo de Eliza
Em mensagens datadas do fim do ano passado e que saíram do computador da ex-amante de Bruno, ela afirma a amigos que o acerto não estava sendo cumprido e que sofria ameaças do goleiro. “Realmente eu tinha muito medo dela”, afirmou o ex-jogador do Flamengo – clube que o demitiu por justa causa.
Eliza foi à polícia no ano passado para acusá-lo de forçá-la a abortar seu bebê. Bruno afirma que mal tinha contato com a ex-amante depois de ela ir à polícia pela primeira vez. O contato, diz ele, era feito por Macarrão. “Tinha conversado com ela através dele, porque eu não tinha quase contanto nenhum com ela”, comentou. Antes disso, teria dito à ex-amante que não se recusaria a ajudar a criança.
“Eliza, onde come um, comem dois. Onde comem dois, comem quatro. Se o filho for meu, para mim era tranquilo”, disse. Bruno diz também que temeu uma armação de Eliza, com quem teria tido relações sexuais “só uma vez, por vinte minutos” em uma “orgia”. Ele ainda que ficou com o filho da ex-amante – supostamente dele – depois que Macarrão deu dinheiro à garota. As declarações do goleiro contradizem depoimento de outras testemunhas.
Mais cedo, o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais que investiga o suposto assassinato de Eliza Samudio, informou que tentará nesta semana fazer uma acareação entre o adolescente J. e Sérgio Sales, conhecido como “Camelo”. Os dois são primos do goleiro Bruno Souza, e apontados pela polícia como suspeitos no desaparecimento de Eliza. Moreira afirmou neste domingo (18) que as investigações caminham para o seu desfecho.
