Um das mais antigas tradições religiosas do interior da Bahia, a Procissão do Fogaréu, em Serrinha, está em decadência. Este ano, pouco mais de 400 fieis que acompanharam o cortejo portavam as tochas com velas acesas entre a Catedral Basílica e a colina da Santa. Ao longo de 79 anos da festa religiosa, a procissão de 2009 foi a que teve menor participação popular. Muitos participantes, especialmente mulheres e crianças, não portavam as tochas, o percurso do evento foi alterado mais uma vez, a população rural não está mais comparecendo e até o bispo, dom Otorino Assolari, não acompanhou o cortejo. Para o ex-vereador Gildardo Queiroz, que aos 73 anos de idade e numa cadeira de rodas acompanhou o cortejo até sua residência na Rua Manoel Novaes, "é lamentável o que está acontecendo com a procissão. Aliás, triste o que está ocorrendo de uma forma geral com Serrinha, em decadência", frisa. PROCISSÃO DO FOGARÉU A Procissão do Fogaréu foi introduzida em Serrinha pelo padre Carlos Olímpio Ribeiro e durante muitos anos dela só podiam participar homens. Depois, na década de 1980, as mulheres também foram integradas ao cortejo e uma encenação teatral na Praça Luis Nogueira. No governo do prefeito Josevaldo Lima ganhou novo percurso, deixando a área urbana e percorrendo um pequeno trecho da Estrada Serrinha/Barrocas até a Colina da Santa (Senhora Santana), retornando pela via sacra da Avenida Santana, retornando a Igreja Matriz. O bispo diocesano Dom Assolari introduziu novas modificações na procissão, a partir de 2005, com percuso saindo da Catedral Basilica e vetando alguns procedimentos da comunidade, inclusive a encenação teatral e a festa está em decadência. A Procissão do Fogaréu, por sua beleza plástica e momentos de fé tornou-se notícia nacional em noticiários dos jornais de TV nacionais, Globo, SBT e Band.
